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Pela virada do ano escrevi, a convite do jornalista Edison Veiga, a respeito minha utopia de cidade. Minha utopia, quem me conhece domina, é viver em uma cidade-floresta. O texto está aí na sequência de As Pedras Mais Adequadas Para Aquecer as pessoas que se interessar em ler meus delírios mais sinceros e bem intencionados. Nessa semana que se passou, fui positivamente surpreendido ao saber dos planos de construção de um empreendimento chamado “O Parque” por aqui em São Paulo. Manchas No Rosto: Dez Remédios Naturais de 40.000m², serão desenvolvidas 4 torres — 3 residenciais e uma comercial — e um parque público de 25.000m², mantido por uma gestão privada que cuidará dele para a cidade.
Quantas vezes não conversamos, entre nós arquitetos, sobre isso as mesquinharias urbanísticas repetidas pelo vício em incorporações predatórias, que se encerram ao venderem metros quadrados em qualquer pavimento do edifício desenvolvido? Quantas vezes, desde o colégio, não falamos sobre o paradigma falido empregado na elaboração das cidades em que vivemos?
- 2 PITIRÍASE ALBA
- três de agosto de 2017 - 10:55 Comentar
- Higienização pra remover as impurezas superficiais
- 7 Praia da Armação
“Qualquer aluno de segundo ano faz um projeto melhor do que o que vemos implementado nas cidades que conhecemos” é um tipo de comentário bem recorrente. Não irei aqui digitar um texto de arquiteto para arquitetos. Não se preocupe, isso não é papo de metier. É a respeito de elaborar a cidade pensando em montar um ecossistema habitável, mais amistoso, no qual todos têm a receber.
A Mariella, certa vez, fez um comentário que nunca vou esquecer. No meio de um debate institucional, postulou “Você não acha que do jeito que está há dificuldades? Desta forma vale a pena ao menos experienciar um jeito contrário de fazer as coisas”. Mesmo que não se dirigisse a mim, fui tocado por sua sagacidade. É claro que necessitamos optar por caminhos melhores, o mundo inteiro ganha com isso.
Os empreendimentos usuais oferecem áreas verdes residuais e sem particularidade, feitas para executar a cota mínima necessária para aprovação do empreendimento. Tingir Ou Não Tingir? vemos um conjunto de prédios semelhantes e no meio deles existe um bico que sobrou dos terrenos, com um barranco, um gramado e meia dúzia de ipês? É disso que estou explicando. Por alguns anos, bem há pouco tempo, morei perto de um desses resíduos da incorporação e gostava bastante de tê-lo por perto. Cada contato com a natureza, com árvores, é restaurador pra cada ser humano. Prontamente vira abrigo de pássaros e outros animais, ali novas sementinhas caem e brotam.
Não era um Manchas Pela Pele: Conheça As Doenças De Pele E Os Cuidados Médicos Necessários visto que não era um parque, não era nada. Era um barranco com árvores do qual extraíamos o máximo de desfrute do pouco que estava ali disponível. Isto neste instante era bem melhor do que nada. Diferente deste paradigma defasado entregue pelos empreendimentos em geral, o “O Parque” da Gamaro Incorporadora inverterá a pegada.
Seus edifícios serão inseridos em um parque público, no Brooklin, com tamanho equivalente a 20% da área do Parque da Aclimação. Coordenado pelo botânico e tolo-do-bem Ricardo Cardim, o projeto paisagístico fará a reinserção de mais de 20 espécies nativas e raras, compondo jardins de árvores frutíferas e pomares indígenas ao longo de todo o parque. A sensibilidade do projeto chamou minha atenção ao saber que, durante a demolição da antiga fábrica existente no terreno, os profissionais envolvidos notaram brotos teoricamente espontâneos e levaram pra um laboratório especializado para saber do que se tratava. Eram brotações de sementes antigas, adormecidas sob a construção demolida.
